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Herpes simples, também denominada apenas herpes, é uma doença viral causada pelo vírus da herpes simples. As infecções são classificadas de acordo com a parte do corpo infectada. A herpes labial afeta a boca ou a face, podendo causar pequenos grupos de bolhas ou apenas inflamação da garganta. A herpes genital pode apresentar sintomas quase impercetíveis ou bolhas que se rompem e provocam pequenas úlceras, que se curam ao fim de duas a quatro semanas. As bolhas podem ser precedidas por formigueiro ou dores intensas. A herpes manifesta-se em ciclos alternados de períodos de doença ativa seguidos de períodos sem sintomas. O primeiro episódio é geralmente o mais grave e pode estar associado a febre, dores musculares, gânglios linfáticos inflamados, e dores de cabeça. À medida que o tempo passa, os episódios de doença ativa diminuem de frequência e gravidade. Entre outras doenças causadas pelo vírus da herpes simples estão o panarício herpético quando afeta os dedos, queratite herpética quando afeta os olhos, encefalite herpética quando afeta o cérebro, e herpes neonatal quando ocorre em recém-nascidos, entre outras.
Existem dois tipos de vírus de herpes simples: o de tipo 1 (VHS-1) e o de tipo 2 (VHS-2). O VHS-1 causa com maior frequência infeções orais, enquanto que o VHS-2 causa com maior frequência infeções genitais. Os vírus são transmitidos pelo contacto direto com fluidos corporais ou feridas de uma pessoa infetada. A doença é contagiosa mesmo nos períodos em que não manifesta sintomas. Pode ser transmitida de mãe para filho durante o nascimento. A herpes genital é considerada uma infeção sexualmente transmissível. Após a infeção, os vírus são transportados ao longo dos nervos sensoriais para as células nervosas, onde passam a residir até ao resto da vida do hospedeiro. Entre as causas de recorrência estão a diminuição da função imunitária, stresse e exposição à luz do sol. O diagnóstico de herpes oral e genital tem por base os sinais e sintomas. O diagnóstico pode ser confirmado com uma cultura viral ou pela deteção do ADN do vírus no fluido das bolhas. Os exames de sangue para a presença de anticorpos contra o vírus podem confirmar uma infeção anterior, mas serão inconclusivos no caso de infeções recentes.
Não existe vacina e após a infeção a doença não tem cura. Embora o método mais eficaz de evitar infeções genitais seja evitar o sexo vaginal, oral e anal, a utilização de preservativo diminui o risco. Os sintomas podem ser tratados com paracetamol e lidocaína de aplicação tópica. Os tratamentos com antivirais, como o aciclovir ou valaciclovir, podem diminuir a gravidade dos episódios sintomáticos. A utilização diária de antivirais por uma pessoa infetada pode também diminuir o risco de contágio.
A prevalência entre adultos de portadores do vírus de herpes simples, tanto do tipo 1 como 2, é de entre 60 e 95%. O VHS-1 é geralmente adquirido durante a infância. À medida que a idade avança, aumenta a prevalência do vírus. A prevalência de VHS-1 entre a população de baixos rendimentos é de 70–80%, enquanto que entre a de rendimentos mais elevados é de 40–60%. Estima-se que em 2003 cerca de 536 milhões de pessoas (16% da população) estivessem infetadas com VHS-2, sendo a prevalência maior entre mulheres e nos países em vias de desenvolvimento. A maior parte dos portadores de VHS-2 não se apercebe da infeção.